Um ente de paixão e sacrifício,
De sofrimento cheio, eis a mulher!
Esmaga o coração dentro do peito,
E nem te doas coração, sequer!
Sê forte, corajosa, não fraquejes
Na luta: sê em Vénus sempre Marte;
Sempre o mundo é vil e infame e os homens
Se te sentem gemer hão-de pisar-te!
Se ás vezes tu fraquejas, pobrezinha,
Essa brancura ideal de puro arminho
Eles deixam pra sempre maculada;
E gritam então vis:
É aquela a infame!" e apedrejam
A pobrezita, a triste, a desgraçada!
Florbela Espanca
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