quarta-feira, 31 de outubro de 2007

domingo, 28 de outubro de 2007

Amor na Solidão


Tantos momentos juntos passados

Sentimentos revelados

Confiança ganha

Para que um dia tudo se transforme

E me leve o uniforme

Que reveste o coração

Levando assim a solidão.

Adoro-te com todas as forças

Mais do que se pode imaginar

O destino quis que fosse assim

Significando muito para mim

Apenas com o olhar comunicamos

E segredos revelamos

Quando juntos estamos

E aqueles bons momentos passamos

Espero que percebas a importância que tens para mim

O significado de estar junto a ti

Porque és demasiado especial

À pelo menos um vinte anos

Não tendo coragem

De seguir uma viagem

Que por te poder sentir

Te possa sorrir

E num beijo apaixonado te cobrir

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Amor de Mãe

Há vários amores na vida
Lindos como o amor perfeito
Belos como a Vénus querida
De tantos que a vida tem
Só um adoro e respeito
É o santo amor de mãe

Da mulher desventurada
Nesta vida ninguém fuja
Se ela acaso um filho tem
Deixá-la ser desgraçada
Porque a desgraça não suja
O santo afecto de mãe

Minha mãe amor em preçe
Eu sinto tão bem viver
Esse amor que ainda me invade
Que se mil anos vivesse
Não deixaria morrer
Por ti a minha saudade

Se para ser homem Jesus
Precisou que uma mulher
O desse á luz deste mundo
O amor de mãe é a luz
Que torna o nosso viver
Num hino de amor profundo

terça-feira, 16 de outubro de 2007

No teu Mar Navego

Não sei se penso
Pois se penso sofro
Voz que em mim se cala
Vendo meu sufoco
Medo de te amar

Não sei se falo
Pois se falo morro
De paixão sofrida
A minha voz contida
Vive a soluçar

Já não sei se parto
Pois se fico sinto
Tua voz murmurar
Tuas mãos procuro
Busco o teu olhar

Já nem sei se sonho
Pois se vivo triste
Sono que resiste
E se em vão te amo
Durmo ao acordar

Mas por fim me entrego
No teu mar navego
Porto, te ancoro
Sou em ti, apelo
És o meu cantar...


Navegar... pensando nele,

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Esperança ...

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.


"Pedra Filosofal - António Gedeão"

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Faz hoje 2 meses


Faz hoje dois meses que partiste para a tua aventura, para a tua Odisseia, embora as saudades apertem, estou bem, porque sei que estás a ter uma experiência inesquecível, junto da tua nova
familia. A tua alegria e o teu interesse por estares a cumprir um sonho, vale por tudo o que possamos sentir neste lado.
Filho! - "Vive a vida, não deixes que ela se aproveite de ti.
Diverte-te com sentido...
Dedicado ao meu filho ( a luz dos meus olhos)

Cuidados Paliativos ...


Apesar de todos os progressos da Medicina na segunda metade do século XX, a longevidade crescente e o aumento das doenças crónicas conduziram a um aumento significativo do número de doentes que não se curam. O modelo da medicina curativa, agressiva, centrada no “ ataque à doença “ não se coaduna com as necessidades deste tipo de pacientes, necessidades estas que têm sido frequentemente esquecidas.
A não-cura era ( e frequentemente ainda continua a ser ) encarada por muitos profissionais como uma derrota, uma frustração, uma área de não-investimento. A doença terminal e a morte foram “hospitalizadas” e a sociedade em geral aumentou a distância face aos problemas do final de vida. As questões em torno da morte – e que interessam a todos - constituem ainda hoje um tema tabu.

O movimento moderno dos cuidados paliativos, iniciado em Inglaterra na década de 60, e que posteriormente se foi alargando ao Canadá, Estados Unidos e mais recentemente( no último quarteirão do século XX ) à restante Europa, teve o mérito de chamar a atenção para o sofrimento dos doentes incuráveis, para a falta de respostas por parte dos serviços de saúde e para a especificidade dos cuidados que teriam que ser dispensados a esta população.
Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas famílias. São cuidados de saúde activos, rigorosos, que combinam ciência e humanismo.

No nosso país, mais concretamente, podemos dizer que os serviços qualificados e devidamente organizados são escassos e insuficientes para as necessidades detectadas – basta lembrar que o cancro é a segunda causa de morte em Portugal, com uma clara tendência a aumentar. Para além disso, importa reforçar que os cuidados paliativos são prestados com base nas necessidades dos doentes e famílias e não com base no seu diagnóstico. Como tal, não são apenas os doentes de cancro avançado que carecem destes cuidados: os doentes de SIDA em estadio avançado, os doentes com as chamadas insuficiências de orgão avançadas (cardíaca, respiratória, hepática, respiratória, renal) , os doentes com doenças neurológicas degenerativas e graves, os doentes com demências em estadio muito avançado. E não são apenas os idosos que carecem destes cuidados – o problema da doença terminal atravessa todas as faixas etárias, incluindo a infância. Estamos , por isso, a falar de um grupo vastíssimo de pessoas – dezenas de milhar, seguramente - , e de um problema que atinge praticamente todas as famílias portuguesas.

Que pretendemos oferecer aos doentes na fase avançada e terminal das suas vidas, sobretudo quando temos presente que 90% das mortes ocorrem após doença crónica e avançada ? Como poderemos difundir e implementar cada vez mais a “resposta-cuidados paliativos” que, consensualmente, diminui bastante o sofrimento de doentes em fim de vida e seus familiares ?
Os cuidados paliativos NÃO são cuidados menores no sistema de saúde, NÃO se resumem a uma intervenção caritativa bem intencionada, NÃO se destinam a um grupo reduzido de situações,. NÃO restringem a sua aplicação aos moribundos nos últimos dias de vida e, pela especificidade dos cuidados, diferenciam-se dos cuidados continuados ( cuidados aos doentes com perda de funcionalidade ou dependentes) . Os cuidados paliativos NÃO são dispendiosos, NÃO encarecem os gastos dos sistemas de saúde, e tendem mesmo a reduzi-los pela melhor racionalização dos meios.

Só poderemos combater estas concepções incorrectas esclarecendo alguns conceitos:
  • Os cuidados paliativos deverão ser parte integrante do sistema de saúde, promovendo uma intervenção técnica que requer formação e treino específico obrigatórios por parte dos profissionais que os prestam, tal como a obstetrícia, a dermatologia, a cirurgia ou outra area específica no âmbito dos cuidados de saúde.
  • Os cuidados paliativos são cuidados preventivos: previnem um grande sofrimento motivado por sintomas ( dor, fadiga, dispneia ), pelas múltiplas perdas ( físicas e psicológicas ) associadas à doença crónica e terminal, e reduzem o risco de lutos patológicos. Devem assentar numa intervenção interdisciplinar em que pessoa doente e família são o centro gerador das decisões de uma equipa que idealmente integra médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais.
  • Os cuidados paliativos pretendem ajudar os doentes terminais a viver tão activamente quanto possível até à sua morte ( e este período pode ser de semanas, meses ou algumas vezes anos ), sendo profundamente rigorosos, científicos e ao mesmo tempo criativos nas suas intervenções.
  • Os cuidados paliativos centram-se na importância da dignidade da pessoa ainda que doente, vulnerável e limitada, aceitando a morte como uma etapa natural da VIDA que, até por isso, deve ser vivida intensamente até ao fim.

Os cuidados paliativos constituem hoje uma resposta indispensável aos problemas do final da vida. Em nome da ética, da dignidade e do bem estar de cada Homem é preciso torná-los cada vez mais uma realidade.

"Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos"