sábado, 18 de abril de 2009

Lágrimas do Darfur

Como será viver na pele os horrores do genocídio? "Lágrimas do Darfur" é uma extraordinária e poderosa descrição das barbaridades que estão a ser cometidas no Oeste do Sudão; o primeiro relato escrito de uma mulher africana que sobreviveu ao inferno do Darfur e que chegou a desejar a própria morte.

Nascida numa pequena aldeia do Sul do Darfur, no seio de uma família abastada, Halima Bashir - apesar de ter sido vítima de um dos mais bárbaros costumes tribais, a excisão, a que foi submetida com apenas oito anos - viveu uma infância feliz e despreocupada. Graças ao apoio do pai, prosseguiu os estudos e formou-se em Medicina aos 24 anos, no ano em que o conflito étnico ganhou forças. Longe iam os dias de coexistência pacífica entre árabes e africanos; no seu lugar estava agora um mundo de brutalidade, terror e morticínio patrocinado pelo governo sudanês.

Quando a escola da aldeia para onde foi transferida em serviço é atacada e crianças entre os 8 e os 13 anos são selvaticamente violadas pelas milícias Janjaweed, enquanto os soldados governamentais impedem as famílias de as socorrerem, Halima denuncia ao mundo tamanho horror.

Este foi o seu delito, pelo qual pagou um preço terrível - foi presa e durante dias torturada e violada, uma táctica comum nesta região, considerada pelas Nações Unidas um crime de guerra e um crime contra a Humanidade. Este documento de Halima Bashir é um grito de alerta contra o esquecimento.


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